Sobre ser gorda ou magra. Sobre ser bonita ou feia.

Eu nunca fui muito magrinha. Quando criança não era gorda, mas também não era magra. Nunca me incomodei porque achava que era só o corpo. O corpo é a casa, tem casa grande, tem casa pequena, tem casa que acolhe, tem casa que espanta, tem casa para todos os gostos e necessidades; é assim que eu vejo o corpo. Assim como a gente vai construindo a nossa casa parte a parte, trazendo coisas, arrumando, acomodando, se desfazendo é também com o corpo. Ditado pelas nossas emoções e pela forma como a gente se relaciona com o mundo. O corpo é só uma camada visível do que somos nós. Ele tem um tempo, um funcionamento, cicatrizes, tudo que nos acontece está ali no corpo. Um corpo livre é aquele que se ajusta naturalmente a tudo que está ao redor. A ditadura do corpo perfeito o nome já diz é ditado por alguém.

E porque é mesmo que precisamos fazer ou ser alguma coisa que os outros nos dizem?

Estar na moda é ser livre, ser quem você é e respeitar a sua história. O corpo é o reflexo da vida, dos sentimentos, da nossa histórias e todas as relações que tivemos na vida tenham sido elas boas ou ruins. Não há nada mais insano que passar a vida tentando se modificar tentando ser quem você não é. Qual é o problema de envelhecer? Qual é o problema de ser gordo ou magro? As verdadeiras questões da vida estão muito longe desse lugar. Um corpo é apenas um corpo. E o que é de fato a beleza? Não será a beleza algo que está muito além do que é possível ver? Não serão os olhos limitados demais para ver tudo? Não será o coração o melhor lugar para ver? Presas no que dizem que importa as pessoas criam suas próprias prisões. A prisão do espelho, a prisão da loja de roupa, a prisão dos medicamentos para emagrecer e medicamentos para se sentirem melhor, medicamentos para se anestesiarem da vida e aparentemente ser o que manda a sociedade colonizadora. A palavra do dia é chega! Basta de prisão, basta de escravidão, basta de seguir algo ao qual nem se acredita e nem se sabe porque. Basta!

Há de haver tempo para refletir e compreender o que é tudo isso que está acontecendo, e faz tempo que está acontecendo.

A sua própria revolução é agora. É a hora de olhar para dentro e não para fora e agir por você e não pelo outro. Se você não cabe nos moldes da sociedade, se desvencilhe dela. Crie seu próprio grupo de pessoas de mente saudáveis e mais humanas que existem em todo lugar. Se você olhar sempre pro mesmo lugar vai ver sempre as mesmas coisas e as mesmas pessoas. Mude os caminhos, mude os programas você vai ver que o mundo é bem maior, e que todos cabem nesse mundo, simplesmente do jeito que são.

Se você está o tempo todo se sentindo inadequado certamente está no lugar errado. Se relacionando com as pessoas erradas. A sua mudança vai trazer as pessoas certas você nem vai precisar se esforçar.

Tem um documentário lindo no Netflix chamado Terra. Podemos fazer um paralelo com esse texto. Se você observar tudo que foi acontecendo na terra e como a gente foi achando normal os maiores absurdos já vistos podemos compreender no micro sistema das nossas relações com a sociedade a mesma coisa. Achamos normal as pessoas se violentarem para ser quem não são. Será esse mesmo o único caminho?

autora: Valéria Scornaienchi

3 replies on “Sobre ser gorda ou magra. Sobre ser bonita ou feia.”

  • Adorei o texto. O site também está uma graça e as lives de sexta-feira já se tornaram programa imperdível pra mim!

    • Oi Elizabeth, que delicia de retorno!
      Ficamos muito felizes que tenha gostado do site novo e que acompanha as nossas lives, também estamos adorando!!!
      Um beijão pra vc!
      estamos sempre a sua disposição!
      Um abraço
      Janaina Stropp

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