Foi o talento para o trabalho manual, retratado nas roupas das três filhas (Tatiana, Juliana e Janaína) de forma tão peculiar que fez com que Marilde Stropp, 75 anos, lançasse, em 1978, a EmeElle (Muito Livre).
A artista visual que também é formada em Direito – começou bordando camisetas e vestidinhos para suas meninas e acabou atraindo olhares de outras pessoas que se encantavam com suas peças. Não demorou muito e começaram a surgir encomendas das roupas produzidas pela matriarca da família. O que era para ser um retrato de afeto elaborado para as filhas acabou se tornando um negócio rentável. O produto diferenciado e exclusivo despertou o interesse de uma grande rede de magazines e logo outras crianças passaram o usar as roupas produzidas por Marilde.
Mas a idealizadora da marca tinha o sonho de ir além da moda infantil. Na verdade, queria ir além da moda que via nas ruas e nos shoppings, pois para ela não atendia a todos os públicos. Foi então que começou a desenvolver modelos para mulheres que já tinham passado dos 40 anos ou para aquelas que não tinham o corpo do manequim da loja e, mesmo assim, queriam e mereciam se sentir lindas e plenas. Foi então que ela decidiu apostar nas MULHERES REAIS!
“A moda era muito padronizada, feita para um público muito específico e nem sempre caía bem para todo mundo. Começamos a pensar neste público que não era dono de curvas perfeitas mas que era dona de uma beleza ímpar que precisava ser revelada e valorizada”, lembra Marilde.
A caçulinha da família, Janaína, e suas irmãs cresceram em meio aos tecidos, roupas, moldes e sempre foram incentivadas a criar, expandir seus sonhos e fazer suas roupas. Janaína lembra que aos 15 anos, com planos de fazer uma viagem, começou a estampar cangas e passou a vender no Rio de Janeiro e Salvador. Mais tarde, no curso de arquitetura, percebeu que poderia usar o conhecimento adquirido na faculdade nas estampas de roupas que criava. Nascia assim uma arquiteta dos tecidos que passou a empregar a arquitetura na roupa.
A EmeElle chega aos 40 anos mais atual que nunca, pois traz a junção de uma artista visual e uma arquiteta que juntas e com muito amor elaboraram uma roupa que não envelhece nunca, uma roupa que potencializa e valoriza a beleza de cada mulher que a veste.
Por Kátia Camargo
Kátia Camargo devia ter uns 7 anos quando cismou que seria jornalista e até hoje luta por esse sonho. Desde que terminou a faculdade de jornalismo, em 1998, transita pelo universo da escrita, seja em assessoria de imprensa ou em jornal impresso. Já faz algum tempo que descobriu que a escrita afetiva é a essência de um conteúdo inspirador que pode ser usado para contar boas histórias e conectar pessoas, empresas, produtos e serviços. De vez em quando escreve matérias para a revista Vida Simples, publicação que a inspira há muito tempo. Teve uma pequena participação no livro Como se Encontrar na Escrita, de Ana Holanda.
Deixe um comentário